Alcoolismo!

A questão da bebida alcoólica é complexa, porque envolve aspectos culturais, ideológicos e científicos, mas principalmente porque não encontra unanimidade nem mesmo entre os cristãos. Se é lícito ou não... Se é conveniente ou não... eis a questão!
Nosso desejo é encontrar na Palavra de Deus um conselho seguro, que nos conduza a um posicionamento cristão ético, perante o qual tenhamos paz conosco, com os outros e, principalmente, com Deus.
Você sabia que o álcool é considerado mundialmente o entorpecente mais popular entre os jovens e que 68,3% dos brasileiros (entre 13 e 18 anos) fazem ou já fizeram uso dele?

Bebida alcoólica – uma perspectiva sociológica

A sociedade e a ética judaica dos tempos bíblicos já temiam os efeitos degradantes do vinho, embora fosse culturalmente aceito e apreciado. O Talmude (livro das tradições judaicas) determinava a mistura de três medidas de água para cada medida de vinho. Sem essa diluição a bebida estaria inadequada para consumo. E os cristãos eram ainda mais cautelosos quanto ao uso do vinho (Rm 14:21 “É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar {ou se ofender ou se enfraquecer}”.)

Em nossos dias, vemos pais, educadores, autoridades e a própria sociedade alarmados com o crescente consumo de bebida alcoólica entre os jovens e adolescentes. Hoje, não se pensa em bebida “diluída” (pouco álcool), mas em bebida aditivada e “turbinada”. O consumo precoce nasce antes mesmo do incentivo dos colegas ou do escapismo emocional – começa dentro de casa, na permissividade dos pais, no barzinho convidativo e nos incentivos veiculados pela TV.

O problema sai de casa e alcança as ruas, afeta o comportamento, atrapalha o trânsito, desestrutura as escolas, desqualifica o trabalho, transforma relacionamentos, suprime os direitos, degrada a moral, insulta a criminalidade e aniquila toda e qualquer perspectiva de uma vida vitoriosa. Um abismo chama outro abismo... uma dose chama outra dose, e assim as marcas nocivas desse vício logo são reconhecidas nas desordens sociais.

• “Para que os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas?

Para que, as queixas? Para quem, as feridas sem causa?

E para quem, os olhos vermelhos?

Para os que se demoram em beber vinho, para os

que andam buscando bebida misturada.” (Pv 23:209-30)

Há um provérbio japonês que diz: “Primeiro o homem toma a bebida, e depois a bebida toma o homem.”

Os cristãos que defendem a prática da bebida social ou bebida moderada deveriam submeter-se a uma auto-avaliação: “posso ficar sem beber, sem que isso me incomode; mesmo quando estou na liberdade do meu lar; mesmo se não tiver ninguém a quem responder?” Olhe, meu irmão, se você precisa recorrera textos bíblicos cada vez que uma “pequena dose” lhe incomoda a consciência... então, deve acordar para o fato de que “a bebida já tomou conta de você”.

• “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora;

todo aquele que por eles é vencido não é sábio” (Pv 20:1)

Ou seja, se é lícito ou não... se é conveniente ou não... eis a questão que levantamos no inicio da lição. Na verdade... “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (I Co 6:12). Ainda que haja aparente abertura em algumas passagens bíblicas; ainda que a medicina possa recomendar o uso do vinho; ainda que a cultura nos dê total liberdade para desfrutar dos prazeres da bebida, o bom senso cristão nos leva em paz ao caminho da abstinência, porque “Todas as coisas são lícitas, mais nem todas edificam” (I Co 10:23).